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O Encontro

ual a origem do nome Mosteiro do Encontro? É Madre Maria Chantal, (in memoriam)  uma das fundadoras quem nos conta:

 

             Em 1960, o Papa João XXIII lançou um apelo em favor da América Latina para a fundação de comunidades contemplativas. Em resposta à esta urgência, nosso Capitulo Geral de 1963 votou a fundação que,  foi pedida à Roma com o nome de Mosteiro São José. É sob este patrono que as 3 fundadoras receberam a cruz de fundação e embarcaram no cargueiro Lufira da companhia marítima belga e atravessaram o Oceano de Antuérpia à Santos durante 24 dias.

            Logo que chegamos à Curitiba no início de Janeiro de 1964, nos achamos diante do colégio São José, da farmácia São José, do açougue São José, bar São José, padaria São José, do Carmelo São José, etc.

            Escrevemos a nossa perplexidade à nossa Madre presidente. Mas os papéis oficiais estavam assinados. Refletimos e rezamos: nós não queríamos deixar São José, o grande silencioso do Evangelho. Em que mistério do Evangelho poderia ser ele nosso modelo?

            Um belo dia, em uma reunião comunitária, Madre Maria Clara, uma das fundadoras, eleita mais tarde prioresa do Mosteiro de Rixensart, nos partilha sua descoberta: o capitulo 2, 22-40 do Evangelho de São Lucas, que relata a Apresentação de Jesus ao Templo, que a Igreja celebra a 2 de Fevereiro, 40 dias após o Natal. Esta festa foi primeiramente celebrada em Jerusalém e se espalhou ao Oriente Cristão, e recebeu em Constantinopla o nome de Encontro (Hypapanthé em grego) nome muito sugestivo.

            No nosso entusiasmo, nós apresentamos nossa proposta ao Arcebispo de Curitiba: Mosteiro do Encontro? Encontro? O que as pessoas vão pensar? Este nome não lhe pareceu muito religioso e poderia dar vasão a maus pensamentos. Longe de nos desencorajarmos, nós fizemos uma pequena sondagem a vários leigos. Todos se entusiasmaram e registramos nosso Mosteiro sob o título do Encontro. O dia 2 de Fevereiro será nossa festa patronal que celebra o Encontro de Jesus com o seu povo nas pessoas de Simeão e Ana. Nosso Mosteiro procurará ser na Igreja e no local onde está inserido, lugar de Encontro, consigo mesmo, com Deus, com a comunidade e com o povo de Deus.

Que significa este mistério?

            Martin Buber afirma que toda vida verdadeira é um encontro. Do encontro, nasce uma relação. O próprio Deus é relação, porque Deus é Amor. O Encontro opera uma transformação, uma conversão. É uma realidade da qual saímos diferentes daquilo que éramos.

            Diante do outro nos tornamos o que somos entramos em nós mesmos, nós nos conhecemos. Não se sai jamais de encontro sem que aconteça uma transformação. O Eu torna-se Tu.

            Simeão impulsionado pelo Espírito vai ao Templo. O ancião encontra uma criança. A criança faz surgir uma vida nova. O velho torna-se jovem. Ele vê a Luz das nações. Ele bendiz a Deus e canta: “Meus olhos viram tua salvação”. Os pais estão maravilhados. Em seguida Maria escuta o profecia de Simeão. A espada já lhe transpassa a alma. José se comunica num silêncio que supera toda palavra. Talvez ele esteja absorvido pelo mistério das duas pombinhas que ele vai oferecer em sacrifício.

            A profetisa Ana, de 84 anos, que não deixava o Templo põe-se a louvar a Deus e a falar do menino.

            Verdadeiramente neste mistério o Eu de cada um tornou-se Tu.

Como a comunidade vive este mistério?

            Na nossa vida monástica, para nós tudo é Encontro. Tudo é experiência de Deus no cotidiano.

   

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